sábado, 16 de outubro de 2010
Hibakusha
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Somente Um Será Homem Imortal
A forma mais antiga de Sushi, chamada narezushi, é muito parecida com o umami. Foi no período Muromachi ( de 1336 a 1573, D.C.) que o vinagre começou a ser adicionado à mistura para melhorar o sabor e a preservação da comida. O vinagre acentuava a acidez do arroz e aumentava o seu "tempo de prateleira", diminuindo cada vez mais o tempo necessário de fermentação até esta ser abandonada por completo. No séculos seguintes, surgiu uma nova versão intitulada Oshi-zushi (pois foi inventada em Osaka). Nessa nova versãa, o arroz e os alimentos marítimos eram amalgamados por pressão entre moldes de madeira, em geral, bambu.
P.S.: Se se estão a perguntar o porquê do título, não, não é porque os imortais do Clã Macleod usavam uma espada samurai que o escolhi... Olhem com atenção e lembrem-se enquanto o fazem do que fala este post! ;D Sayonara!
domingo, 5 de setembro de 2010
Mais Novas Quentinhas Direitinhas da Embaixada do Japão
Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi
A Federação Portuguesa de Judo organizará a “Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi” no dia 17 de Outubro no Estádio Universitário de Lisboa.
URL: http://www.fpj.pt/
Mais informação : 213 913 630 (Federação Portuguesa de Judo)
http://www.pt.emb-japan.go.jp/noticias_082010/naveespacial_082010.pdf (PDF)
‘TACHIBANA TAIKO HIBIKIZA’
Bilhetes
Museu do Oriente - 5 Euros
Restantes locais – entrada livre, limitado aos lugares disponíveis
Locais, Datas e Horas:
Museu do Oriente – Auditório Av. Brasília, Doca de Alcântara (Norte) - Lisboa
Dia 10 de Setembro, às 21h30
Fundação Calouste Gulbenkian - Anfiteatro ao Ar Livre Av. de Berna, 45 - Lisboa
Dia 11 de Setembro, às 16h00
INATEL de Oeiras Est. Marginal, Stº Amaro de Oeiras
Dia 12 de Setembro, às 11h00
Parque Expo, Rossio dos Olivais, Lisboa
Dia 12 de Setembro, às 16h30
Em breve, voltarei com novos posts e de novo dedicados à minha visão sobre a cultura e história nipónicas! Bem haja e até breve!
Alex, singning off...
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Via Embaixada do Japão
Esperemos que esta seja a primeira de muitas parcerias deste género. Eles fornecem a informação e o N.I.N.J.A. Samurai veicula-a.
Visita do "Training Squadron of The Japanese Maritime Self-Defence Force" a Lisboa
O "Training Squadron of the Japanese Maritime Self Defense Force" estará de visita a Lisboa entre os dias 11 e 14 de Agosto de 2010. Esta força será composta por 3 navios (Kashima, Yamagiri, Sawayuki) com uma tripulação de cerca de 740 membros. Os navios atracarão no cais do Terminal de Passageiros de Santa Apolónia, em Lisboa pelas 9 horas do dia 11 de Agosto e haverá uma cerimónia de boas vindas. No dia 12 de Agosto entre as 10h00m e as 12h00m e entre as 14h00m e as 16h00m os navios Sawayuki e Yamagiri estarão abertos para visita do público.
Eventos pela C. M. de Oeiras subordinados à Cultura Japonesa
A Câmara Municipal de Oeiras organiza os eventos ”Atelier para crianças”. No ”Atelier para crianças”, que decorre do dia 2 de Junho ao dia 15 de Setembro (10:00~11:30), no Palácio Anjos em Oeiras, as crianças irão elaborar um diário de viagem pelo Japão e leques originais, através da pintura e colagem, depois de observarem as obras sobre o Japão de Graça Morais, ouvirem música japonesa e contos infantis japoneses, etc.. Para mais informações e inscrição, os interessados deverão contactar o número de telefone 214 111 400 (Palácio Anjos).
URL : http://www.cm-oeiras.pt/Paginas/cmo_homepage.aspx
Concerto de tambores japoneses
A Nippon Taiko Foundation apresentará um concerto de tambores japoneses do grupo “HIBIKI-ZA”, no Auditório do Museu do Oriente, no dia 10 de Setembro (21:30~), na Fundação Calouste Gulbenkian (Anfiteatro ao ar livre), no dia 11 de Setembro (16:00~), e no Parque das Nações (detalhes por definir), no dia 12 de Setembro. Para mais informações, contacte o Sector Cultural da Embaixada do Japão:
- 213 110 560 / cultural@embjapao.pt
URL : http://www.nippon-taiko.or.jp/ (Nippon Taiko Foundation)
URL : http://www.museudooriente.pt/1075/tachibana-taiko-hibikiza-%7C-tambores-japoneses.htm
URL : http://www.gulbenkian.pt/
Concerto de “Famirosa Harmony”
Realizar-se-á no Teatro Sá da Bandeira em Santarém, no dia 21 de Setembro (18:30~), e no Palácio Foz em Lisboa, no dia 6 de Outubro (18:30~), um concerto do grupo musical japonês “Famirosa Harmony”. Para qualquer informação, contacte o Sector Cultural da Embaixada do Japão:
213 110 560/ cultural@embjapao.pt
URL : http://www.remus.dti.ne.jp/~famirosa/portuguese.htm
Semana Cultural do Japão pela Fundação Passos Canavarro
Decorrerá em Santarém, do dia 21 ao dia 30 de Setembro, a “Semana Cultural do Japão”, com um ciclo de cinema japonês e outras actividades culturais, organizada pela Fundação Passos Canavarro. Estas iniciativas irão também decorrer em Torres Novas, Tomar e Abrantes (datas e locais por definir). Para qualquer esclarecimento adicional, contacte o Sector Cultural da Embaixada do Japão:
213 110 560 / cultural@embjapao.pt
URL: http://fpc-port.com/ (Fundação Passos Canavarro)
Exposição de Arte Contemporânea do Japão
Esta exposição contará com várias componentes da cultura contemporânea do Japão,como a caligrafia, pintura, escultura, entre outras. É organizada pela “World Art and Culture Exchange (WAC)” com o apoio do Museu do Oriente, do dia 1 ao dia 10 de Outubro. Para qualquer informação adicional, contacte o Sector Cultural da Embaixada do Japão:
213 110 560 / cultural@embjapao.pt
URL : http://www.museudooriente.pt/ (Museu do Oriente)
URL : http://www.wac-project.com/e-index.html (World Art and Culture exchange)
APROVEITO TAMBÉM PARA DIVULGAR:
‘Japan Echo Web’ – website de conteúdos sobre o Japão
No passado mês de Junho, foi lançada a revista online ‘Japan Echo Web’, edição digital da revista em formato papel ‘Japan Echo’. Esta plataforma digital pretende reunir um conjunto de ensaios, comentários, criticas, entrevistas por académicos japoneses, especialistas e líderes de opinião, nas mais variadas áreas: diplomacia, política, economia, sociedade e cultura.
URL: http://www.japanechoweb.jp/
Realização do 'Japanese Language Proficiency Test'
O 'Japanese Language Proficiency Test' será realizado pela “Japan Foundation” e “Japan Educational Exchanges and Services” no dia 5 de Dezembro, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Este exame realiza-se pela primeira vez em Portugal, coincidindo com o 150º Aniversário do Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre o Japão e Portugal. Para qualquer esclarecimento adicional, incluindo o modo de obtenção de requerimento, local de apresentação do mesmo etc., deverão os interessados consultar a informação através do site ou dos contactos abaixo indicados.
URL: http://www.jlpt-portugal.com/
Mais informação (1): jlpt.portugal@gmail.com
(Comité do Japanese Language Proficiency Test)
Mais informação (2): 213110560 - cultural@embjapao.pt
(Sector Cultural da Embaixada do Japão)
domingo, 1 de agosto de 2010
Pirâmides da Era Glaciar
Esta ilha tem uma espécie de cavalo indígena, que não existe em mais lado nenhum e cujo nome é o da ilha. Pertence ao arquipélago de Ryuku, no districto de Okinawa. E contudo, o que a torna especial não é nenhum destes factos, nem mesmo o de ser da zona do mundo de onde oriunda o mítico e muito fictício sensei Mr Miyagi, do Karate Kid, imortalizado pelo já falecido Pat Morita. O que torna a ilha de Yonaguni de inigualável é o facto de ter aos seus pés, no fundo do mar, um complexo de estruturas e pelo menos uma pirâmide, tal que muitos já defendem ser a desaparecida Atlântida ou até a cidade da Lemúria.
Isto porque se acredita que o local ficou submerso no final da última época glaciar, aquando do degelo houve uma acentuada subida do nível do mar. Suspeita-se ainda mais que essa subida marítima, que se deu à cerca de 10 mil anos, originou todas as histórias de dilúvio espalhadas pelas mais antigas civilizações conhecidas da Antiguidade.
De resto, aqueles que querem que esta descoberta seja aceite como a prova definitiva da existência da Atlântida e/ou da Lemúria, chegaram mesmo a distorcer as palavras do dr Schoch dizendo que ele tinha afirmado que todo o complexo fora erguido por mãos humanas. Mas a visão do dr Schoch é, na minha opinião, mais sadia e plausível. Segundo o instituto Morien, o que ele terá dito foi que o mais natural é que o complexo tenha sido escavado e esculpido por mãos humanos mas num afloramento rochoso já existente. Exemplos desses são amplos em ruínas da Antiguidade deixadas por todo o mundo. O Homem sempre gostou de moldar o mundo em que vive.
domingo, 27 de junho de 2010
FW: Arrozais no Japão - ESPECTACULAR !!!
Este efeito é conseguido de forma completamente natural! Quero com isto dizer que as imagens que nos surgem não são produzidas através de tintas, mas sim aproveitando as diferentes cores da planta do arroz, através da engenuidade dos camponeses e agricultores japoneses.
As imagens abaixo comprovam também que os camponeses não só ainda recordam como honram os samurais, na sua arte, mesmo que estes vivessem esmifrando os da sua classe no passado. E até Napoleão teve direito a uma honraria da sua parte, o que comprova serem um povo culto e aberto ao mundo exterior.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Burakumin
A minha interpretação do código do Samurai - Capítulo 3
Diz-nos o código que o bushido tem 2 tipos de leis, sendo que cada um dos tipos está dividido em 2 secções.
domingo, 18 de abril de 2010
"Aqueles que servem" - Parte II
As armas de fogo inevitavelmente tornaram as armas brancas obsoletas, tal como os canhões tornaram as fortalezas uma coisa do passado. E contudo, cada vez mais os exércitos mais avançados do mundo retornam ao passado, equipando os seus soldados com facalhões multiusos, elmos e coletes de kevlar, joelheiras, caneleiras, etc… e treinando os seus soldados nas mais variadas formas de artes marciais, enquanto criam bunkers debaixo da terra ou abrigados no interior de montanhas! Será que os guerreiros do futuro não serão mais parecidos com os samurais que com os soldados que sobre eles descarregaram cartuchos de metralhadora?
Durante a Segunda Guerra Mundial, a figura do Samurai foi usada pelo Governo Imperial para revitalizar o nacionalismo japonês, orientando-o numa via marcial e de vida ao serviço do Imperador e como tal do Império. Os soldados americanos, durante a Segunda Grande Guerra (2ªGG), temeram os ataques banzai dos soldados japoneses, durante os quais estes últimos carregavam ferozmente brandindo a sua katana violentamente contra os primeiros, como se acreditassem possuir capacidades místicas. Tal medo levou a que a seguir à 2ªGG, os americanos impusessem uma proibição contra a posse e fabrico de espadas samurai. Também confiscaram e destruíram cerca de 5 milhões destas espadas e quase que conseguiram fazer desaparecer a arte antiga do forjar destas lâminas. Mas os japoneses conseguiram esconder muitas katanas em boas condições e em 1953 foi levantada a proibição destas armas. Os artesãos fizeram renascer a sua arte, sendo impulsionados pelos bolsos de coleccionadores ricos. Ainda hoje, nos subúrbios de Tóquio, pode-se ouvir o martelar dos Katanakaji, criando estas lâminas supremas segundo os preceitos tradicionais da sua arte.
É também certo que os herdeiros dos samurais ocupavam, já em 1970, 21% dos cargos dirigentes do Japão.
Os teatros kabuki são potenciados pelas histórias épicas dos samurais desde o século XVII e há ainda reconstituições de grandes batalhas da época dos samurais. Para além disso, as artes marciais dos samurais ainda hoje são praticadas com afinco no Japão, mesmo em tempo de paz.
Contudo, o samurai é o protector do seu senhor e sem guerra torna-se num instrumento sem utilidade… ou será que não? Como nos ensina a Teoria da Evolução, os que sobrevivem são os que se adaptam. Foi esse o caminho dos samurais. Os seus preceitos de estratégia, honra, respeito e etiqueta foram adaptados aos tempos modernos. Alguns tornaram-se polícias e militares, até mesmo bombeiros (pode-se ver à direita um capacete de bombeiro japonês, que se assemelha a um elmo samurai)
Mas para muitos o tempo dos samurais já lá vai e ainda bem. Com a adopção do pacifismo no pós Segunda Grande Guerra, o mero uso da palavra samurai pode causar mal-estar entre japoneses. Para esses japoneses, o samurai é um símbolo de morte e guerra e preferem assim usar a outra palavra para guerreiro que é bushi.
Ainda assim, por muito que os japoneses possam não querer, o samurai (seja a figura em si seja a ideia mitológica da figura, ou mesmo as ideias cinematográficas da mesma) ainda vive no colectivo cultural do Japão e na minha opinião é provavelmente a sua imagem de marca, tendo sempre talvez um ou dois ninjas na sua sombra. Essa imagem foi criada pelo cinema, pelas mangas e consequentes animes que foram criadas e exportadas do Japão para o Mundo, na segunda metade do século XX. O samurai influenciou até a Guerra das Estrelas, onde os que mantêm a paz usam quimonos e têm como arma predilecta uma espada, onde o Darth Vader é uma armadura de samurai futuresca, um samurai ao serviço dum imperador.
Desta forma, e considerando também os escritos e poemas dos samurais que sobreviveram e ainda hoje são estudados e lidos, acho que podemos seguramente dizer que, embora a sua época tenha passado, os samurais ainda andam por aí muito embora possam usar canetas em vez de espadas!
A minha interpretação do código de Samurai – Capítulo 2
A visão do código sobre o Dever Filial do samurai é bastante fria e calculista, e, como tal, é essencialmente perfeita do ponto de vista lógico. Diz então o código que o samurai deve ter conhecimento do que é correcto em todos os assuntos ou situações, pois tal é exigido no bushido. Alguém que descuide dos seus deveres de filho é alguém que não reconhece que deve a sua existência aos seus pais ou de que é carne da carne dos seus pais, logo não tem uma boa consciência da relação causa/efeito, e como tal não terá capacidade de discernir o que é correcto ou não. Como tal, tal pessoa dificilmente poderá ser alguma vez considerada um samurai.
Segundo o código, há duas situações a considerar:
-1ª- os pais são carinhosos e responsáveis para com os seus filhos, providenciando-lhes todas as oportunidades que podem aos seus filhos, ministrando-lhes uma correcta educação, sem deixar que nada lhes falte e, quando falecerem, deixarem aos filhos tudo o que possuíam em vida. Quando tal acontece é fácil para o filho cuidar dos pais quando estes precisam e tal não é extraordinário nem digno de elogio. É apenas o cumprimento do seu dever filial, pois afinal se quando uma pessoa não da família nos ajuda com verdadeira amizade e em boa-fé, sentimo-nos dispostos a proceder amavelmente e fazemos coisas por ela mesmo que sejam contrárias aos nossos interesses, como é possível não termos a mesma atitude pelo nosso próprio sangue?
-2ª- Mas quando os pais são ausentes e mesquinhos, velhos irresponsáveis assim tornados pela idade e pela perda do tino, quando passam os restantes anos da sua vida a reclamar a propriedade do lar ou a fazer chantagem emocional ou quando querem sempre mais para eles sem olhar ao estado económico da família, e que dizem ainda mal da sua família às pessoas que encontram na rua, até mesmo esses pais devem ser respeitados e bem tratados. Deve-se moldar o seu mau comportamento, amainar as dores da sua senilidade e mesmo sentir tristeza por estas os afligirem, sem nunca dar-lhes conhecimento de contrariedade da nossa parte. Dar o máximo por pais assim é possuir verdadeira piedade filial.
É aqui que entra a minha visão das coisas, pois na minha opinião há mais duas situações! Uma delas é o meio-termo entre as duas situações anteriores, que aconteceu e acontece entre os meus pais e os meus avós. Nesse aspecto, devo dizer, creio que os meus pais (daquilo que eu pude presenciar e testemunhar) são autênticos samurais, tanto no que diz respeito ao dever filial como enquanto pais.
A outra e última situação são os pais tirânicos. Sejam eles demasiado ausentes ou autoritários, violentos ou pedófilos, pais desses na minha opinião não merecem quaisquer considerações filiais, pois também eles não cumpriram com os seus deveres paternais. Tais casos estão omitidos do código e achei que este meu parecer do código poderia ficar mais completo. É certo que há situações e situações, pode haver pais autoritários ou ausentes que anos mais tarde vejam o erro das suas acções e procurem fazer emendas. Acho que aí cabe aos filhos julgá-los e decidirem se merecem ou não essa 2ª oportunidade, embora o povo diga que “toda a gente merece uma segunda oportunidade”.
O código diz ainda que um senhor só pode confiar numa pessoa que seja leal para com a família, pois quem assim não for é provável que abandone o serviço do seu senhor assim que sobre este se abata maus tempos, de pobreza ou fraqueza. Poderá até trai-lo para um inimigo num momento de grande necessidade! Ao invés disso, alguém que é leal para com os seus, terá um perfeito entendimento do que é a lealdade e lutará pelo seu senhor até na mais negra das horas… talvez, especialmente, na mais negra das horas. Um ditado popular japonês é citado no código e citá-lo-ei igualmente:
“Procura vassalo leal entre as pessoas filiais!”
segunda-feira, 29 de março de 2010
"Aqueles que servem" - Parte I
Foi em 1185 que Yorimoto, líder do clã Minamoto, vencedor da guerra civil supra-mencionada, consolidou o seu poder e fez da aldeia piscatória de Kamakura a nova capital do Japão, tornando-se no primeiro Xogum (pintura retrato à direita). Muitos historiadores assumem que foi deveras a partir desse momento que a Era do Samurai começou.
Uma das maneiras que os samurais tinham para crescer em glória e favor junto do seu senhor, era oferendar a este último as cabeças dos inimigos dele. A recompensa por tal prenda podia ser na forma de uma promoção a um posto hierárquico mais alto, uma maquia em ouro ou prata, ou mesmo as terras e fortaleza dos inimigos conquistados.
Na figura abaixo pode ver-se um conjunto que mostra os três tipos de espada.
A imagem abaixo ilustra a chegada dos navios negros ao Japão:
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Prólogo
o objectivo deste blog é comemorar o 150º aniversário do Pacto de Paz, Amizade e Comércio, estabelecido entre Portugal e o Japão. É precisamente em 2010 que este aniversário se verifica e daí o blog surgir agora.
Tentarei assim, de uma forma bastante humilde, aproximar os dois povos pela única via que me está aberta, a da cultura! Assim, as entradas deste blog serão temáticas, dando a conhecer aos leitores, que eu presumo venham a ser maioritariamente portugueses, vários aspectos da cultura e história nipónicas. Farei também várias comparações entre aspectos de cultura japonesa com a nossa e dessa forma procurarei evidenciar as semelhanças entre os nossos povos, no seu melhor e no seu pior, assim como as diferenças. Posso desde já oferecer um vislumbre do que se seguirá. Falarei de futuro sobre artes marciais japonesas e portuguesas (sim, também existem!!!), compararei o cavaleiro medieval português com o samurai japonês, falarei da nossa chegada ao Japão e de como fomos os principais causadores do fim da era dos samurais, introduzindo naquele país as armas de fogo. Falarei ainda de filmes relacionados com o Japão ou mesmo japoneses, séries de anime que gostei e que sugiro, da posição dos dois países na 2ª guerra mundial, etc...
Além disso, no final de cada entrada, deixarei uma parte do Código do Samurai. Reparem que por razões cínicas do mundo em que vivemos, não poderei transcrever literalmente o código do samurai. Tentarei então transmiti-lo por palavras minhas, tentando ser fiel às ideias lá retratadas, mas sem dúvida impregnando-o da minha própria perspectiva. Dessa forma, e também de forma humilde, procurarei trazer o código do samurai à luz do século XXI e numa perspectiva portuguesa. Isto acho que é útil uma vez que aquele manuscrito centenário tem princípios básicos que podem facilmente ser aplicados à vida quotidiana ou profissional, tornando o seu seguidor uma pessoa mais ética, mais feliz e mais em paz consigo mesma.
Quanto ao título deste meu blog... Usei palavras que fossem sobejamente conhecidas pelos ocidentais apaixonados pela cultura nipónica e, sejamos francos, quem das pessoas da minha geração e mais velhas não ouviu já falar de ninjas ou de samurais? Contudo, o título não é assim tão supérfluo, e tem em si um significado um pouco mais profundo. Comecemos pelo N.I.N.J.A.:
- a palavra ninja no ocidente alude a uns quantos clãs japoneses que viviam em contracultura no Japão medieval. Não seguiam nenhum senhor feudal, eram peritos em variadíssimas artes de morte e subterfúgio as quais vendiam a quem lhes pagasse mais ou usavam de acordo com os seus próprios desígnios. No Japão, chamam-lhes Shinobi. A maneira como matavam, através da camuflagem, do disfarce, do silêncio, da sabedoria sobre os pontos vitais do corpo humano e o uso de hipnotismo e ilusão, fez com que nas lendas da época fossem dotados de artes e poderes mágicos. Admiro-os pelo seu gosto pela liberdade, pela sua resolução em não dobrarem joelho a nenhum senhor feudal e pelos saberes que mantinham. É minha veia lusitana a ressurgir. ;D Mas o ninja que dá título a este blog é um ninja ocidental e é uma sigla. Esta sigla é um triste testemunho da época de instabilidade económica e pobreza que assola este nosso mundo. Esta sigla é usada na gíria bancária: No Incomes, No Job or Accepts. Quando pensei neste blog, não tinha emprego e era um NINJA. Usei este nome também para que fique bem patente a época em que este blog surgiu;
(não tá má, embora esteja em português brasileiro: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ninja )
- agora ataquemos o Samurai. Como nos ensina o filme "O Último Samurai", a palavra samurai quer dizer "servir" e não "guerreiro". Pois muito bem, este blog procura servir o povo português, oferecendo-lhe uma janela para dentro da cultura japonesa e desta forma reforçar os laços entre dois povos que têm tanto de semelhante como de diferente, e que tem muito mais a ganhar em cooperar activamente um com o outro do que em deixar enfraquecer os laços centenários que os unem, à medida que as areias do tempo se esvaem inevitavelmente.
Não me resta mais nada para dizer por hora, excepto deixar então o prólogo da Minha Interpretação do Código do Samurai, uma vez que este é o prólogo deste meu/nosso blog.
Deixo também a sugestão, para quem gosta de exposições de arte, sigam este link:
http://www.japao-portugal150.com/
A primeira, e talvez mais importante, noção do código do samurai é o dever do guerreiro de manter sempre presente a ideia da morte eminente em todos os aspectos da sua vida quotidiana e profissional. Assim, o guerreiro terá consciência de que a morte poderá surgir-lhe a qualquer momento e como tal viverá ao máximo todos os segundos da sua vida. Em possíveis discussões, o homem que aceita que poderá morrer no momento seguinte, mede bem as suas palavras antes de as proferir, a fim de ter a certeza de não dizer algo que se arrependa de seguida. Pois se o fizer e a morte vier, morrerá em falta para com quem estava a discutir. Morrerá com arrependimentos e não terá uma morte honrosa. Seguindo esta ideia, o guerreiro dirá o que precisa de dizer aos que estima e aos que odeia, sem medos, porque a morte estará eminente e aquela poderá ser a última oportunidade que terá para dizer o que tem a dizer. Não deixará passar boas oportunidades, pois saberá que a morte está “ao virar da esquina”. Portanto, este primeiro e mais importante princípio, estando presente, obriga o guerreiro a viver como se todos os momentos da sua vida fossem o seu último momento, aproveitando-os ao máximo, medindo cada acção para viver sem arrependimentos e conservar a sua honra e aqueles que lhes são queridos bem cuidados e felizes. Este “carpe diem” oriental, este “chupar o tutano da vida” japonês, pode e deve ser aplicado a qualquer tipo de vida. Não precisamos de ser guerreiros para vivermos ao máximo e sem arrependimentos. Há que pensar antes de agir, a fim de evitar a desonra e os erros.
Por outro lado, mas com uma lógica fria e correctíssima (na minha opinião), o código do samurai explica ainda que, o guerreiro que tem sempre presente a ideia da morte eminente cuida da sua saúde e como tal procura ser moderado na alimentação, na bebida e na folia. Usufrui destas por certo, mas em dose q.b., e não como forma ou estilo de vida.
A ideia da morte permite ao guerreiro assim duas coisas. A ideia de que a morte é inevitável e eminente faz com que o guerreiro proceda da forma mais correcta possível, evitando assim erros e remorsos ao longo da vida, permitindo-lhe também actuar durante a sua vida sem medo da morte, pois estará de bem consigo mesmo e viverá sem arrependimentos. Por outro lado, a ideia de que a morte pode surgir a qualquer momento leva-o a viver cada segundo da sua vida como se do último se tratasse, não desperdiçando tempo, gozando todos os pequenos e grandes prazeres da vida, quando as oportunidades surgem e em quantidades apropriadas. Sem esta noção, o samurai é fraco, não gozará de uma longa vida nem de uma vida honrosa.
É dessa forma que se pode viver “a vida em cada fôlego, morte a cada instante”, como é dito no “O Último Samurai”. Há então que manter a consciência no momento presente, com a morte a pairar sempre sobre a cabeça (como ela está na realidade), para não fazermos algo de que nos possamos arrepender ou para impedir que nos venhamos a arrepender de não ter feito algo quando tal oportunidade surgiu.